Moradores de Vila Rica (MT) protestam por melhoria na BR-158

Moradores de Vila Rica, a 1.276 quilômetros de Cuiabá, interditaram a BR-158 em protesto à recuperação da rodovia. Na manhã desta segunda-feira (8) os manifestantes também fizeram uma caminhada percorrendo o centro da cidade. Cerca de 3,5 mil pessoas participaram da caminhada. Estão integrando o movimento representantes todo o município, produtores rurais, comerciantes e a população em geral.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Vila Rica, Eduardo Silva, a sociedade quer que a rodovia seja recapiada ainda neste ano. Segundo ele, devido ao aumento no fluxo de carros, tem se formado nuvem de poeira que está prejudicando a saúde dos moradores. A rodovia liga o Estado do Rio Grande do Sul ao Pará e o único município em que não há asfalto é Vila Rica.

Ele explica que a falta de uma logística adequada está afetando a economia local. “Vila Rica possui o 5º maior rebanho bovino do Estado, é rota para o escoamento dos grãos do Vale do Araguaia e não temos uma estrada adequada”. O município possui 23 mil habitantes com um rebanho bovino de 699,3 mil animais.

Conforme ele, a rodovia permanecerá bloqueada até que o governo estadual ou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) se posicionem a respeito da reivindicação. "Além da poeira, as péssimas condições da rodovia contribuem para os constantes acidentes. Já perdemos muitos amigos e parentes. Não da para continuar desse jeito", reclama. 

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso, Luiz Antônio Ehret Garcia, explica que problemas na licitação atrasam o início das obras na rodovia. "A primeira empresa vencedora não cumpriu com o prazo, foi multada em cerca de R$ 800 mil e perdeu o contrato. Uma nova licitação foi feita, escolhendo uma outra empresa. Mas falta assinar o contrato". De acordo com ele, o contrato ainda não foi assinado em função da paralização dos servidores do Dnit, que cobram um reajuste e adequação no plano de carreira. "Esperamos que no retorno das atividades o contrato seja firmado. A expectativa é que as obras comecem ainda neste ano", pontua Garcia.

Outra cobrança dos manifestantes e a redução da carga tributária de Mato Grosso. Silva explica que os tributos estaduais e taxas aumentaram nos últimos três anos em proporção superior à inflação e que com isso o custo de produção está superior à renda. “Em 2010 o Fethab custava R$ 11 e hoje pagamos R$ 19. Fora isso, o custo para retirada de documentos como o CAR e a LAU também aumentou muito. O CAR custava R$ 1.500 para uma área de 300 há e agora sai por R$ 5 mil”.


foto: Sirlei Heinrich
Agrodebate
08/07/13

  • Data: 17/07/2014
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