Empresas de transporte negam locaute e pedem redução de ICMS
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, negou que tenha havido prática de locaute na paralisação dos caminhoneiros. A greve está em seu 10º dia, apesar de ter havido desmobilização depois das propostas do presidente Michel Temer (MDB) para atender à categoria. “Esse movimento está sendo elaborado pelos caminhoneiros autônomos. Não tem nada a ver conosco, com empresas”, disse Eleus ao LIVRE, em entrevista nesta quarta-feira (30). “Eu não sei de nenhuma empresa aqui de Mato Grosso que tenha participado. E se houver alguém que participou, que responda por isso”, completou. O empresário disse que os funcionários das empresas de transporte rodoviário de carga já voltaram ao trabalho porque agora há segurança de a rodovia não estar bloqueada. “Antes as empresas estavam protegendo a vida dos seus funcionários, com eles dentro do pátio da empresa. Colocar um motorista na rodovia, no estado de tensão que estava, era arriscar a vida dele”, disse. O governo federal acusou as empresas de locaute e a Polícia Federal abriu inquéritos em 25 estados para investigar se houve apoio de empresas de transporte à paralisação dos caminhoneiros. Eleus refutou as acusações. “Primeiramente, o governo Michel Temer falou uma grande besteira, porque o maior sócio das empresas de transporte rodoviário de carga é o governo, com sua carga tributária. Que empresa quer parar? Trabalhando a gente não consegue pagar as contas. Por que iríamos parar? Eles falam bobeira demais para poder inverter a posição deles junto à mídia nacional”, disse. Ele disse, no entanto, que o Sindmat concorda com reivindicações feitas pelos grevistas. “Temos acompanhado a luta deles pela redução da carga tributária, e eles já conseguiram parte dessa grande vitória. Eu acho que eles conseguiram benefício”, disse. “A sociedade não aguenta mais a carga tributária. Então agora chegou o momento de a sociedade organizada lutar para redução da carga tributária absurda que o Estado cobra hoje”, defendeu. Redução no ICMS O Sindmat pede ainda a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel, de 17% para 12%. “Queremos que o estado de Mato Grosso tenha a mesma alíquota do Sul do país, que é de 12%, e a revisão do pedágio”, citou o empresário. Nesta quarta-feira (30), Eleus esteve na Assembleia Legislativa para pedir aos deputados estaduais que apoiem a redução da carga tributária. O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), disse que o Legislativo está fazendo a interlocução entre os empresários e o governo. “A reivindicação dos empresários é justa, pois em Goiás o combustível é mais barato. Por outro lado, para reduzir o ICMS, o governo precisa compensar com outra fonte, por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”, disse o deputado. O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, e o governador Pedro Taques (PSDB) já descartaram reduzir o ICMS do combustível para ajudar na solução da crise. A alíquota de ICMS do diesel em Mato Grosso é 17%, da gasolina é 25% e do etanol é 10,5%. O Liivre
  • Data: 30/05/2018
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