ARTIGO: Falta de controle de temperatura durante o transporte provoca perdas no segmento de frutas e
Segundo pesquisa aplicada em supermercados associados pela Associação Paranaense de Supermercados (APRAS), as perdas causadas no dia a dia com transporte e acondicionamento incorreto dos produtos (sejam eles alimentícios ou não) representam 44% do total – em um ano, pode significar uma perda de até R? 3 bilhões . Há, ainda, o desafio global da fome. Em relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês) em 2018, cerca de 113 milhões de pessoas não tinham o que comer. Apesar dos números impactantes e dos desafios mundiais relacionados à alimentação, o Brasil vem evoluindo ao longo dos anos em relação à maior conscientização nos cuidados com o transporte de alimentos para evitar desperdícios. A cada ano, profissionais que atuam no setor têm demonstrado preocupação em manter a qualidade dos produtos transportados, além de acompanharem as novidades em tecnologias e soluções que contribuem para que os alimentos cheguem à mesa da população em bom estado. Entre os principais aliados nesta importante manutenção da qualidade dos produtos durante os trajetos está a correta refrigeração. Desde a saída dos alimentos das respectivas áreas de produção até a disponibilização dos produtos nas bancadas e prateleiras de supermercados, o recomendado é que as mercadorias sejam sempre manipuladas com cuidado, com embalagens adequadas e alocadas em locais específicos com temperaturas controladas de armazenamento. No caso de frutas e hortaliças, por exemplo, para que o desperdício não aconteça, é recomendado que a temperatura esteja de acordo com o alimento que é transportado. Uma etapa fundamental para todo este processo é o pré-resfriamento adequado para retirar o calor do produto, antes de armazenamento e transporte das mercadorias, mantendo a temperatura até as etapas finais do comércio. O investimento em tecnologias que garantem a temperatura correta durante os trajetos pode contribuir, ainda, com outra prática frequente de muitos produtores brasileiros: a colheita antecipada para frutas não climatéricas. Para prevenir os eventuais danos que podem ocorrer durante o transporte de frutas, por exemplo, a colheita é realizada antes do alimento atingir o grau de amadurecimento ideal para consumo, não desenvolvendo características aceitáveis de sabor e textura. É claro que com o maior amadurecimento, o tempo de prateleira do produto diminui, sendo essencial o armazenamento refrigerado. De acordo com as boas práticas da cadeia do frio, o transporte de itens que exigem refrigeração deve ser feito por equipamentos capazes de manter a temperatura e fluxo de ar necessário para cada produto (isto porque os alimentos hortifrúti continuam produzindo calor mesmo após a colheita); Além disso, é muito importante se atentar aos procedimentos pré-viagem como autoteste do equipamento de refrigeração (quando disponível), cuidados com a higiene e controle de abertura de portas e carga posicionada corretamente . Hoje, o mercado já conta com tecnologias avançadas capazes de garantir a correta refrigeração, baixo impacto ambiental por meio de equipamentos que gastam menos combustível e, também, painéis solares que permitem a melhor manutenção de componentes elétricos e consequentemente contribuindo com a economia de combustível. Sabemos que são muitos os desafios relacionados ao combate ao desperdício e à alimentação da população carente no Brasil, por outro lado, temos cada vez mais tecnologias disponíveis e empresas com disponibilidade em participar dos mais diversos projetos de distribuição de alimentos. Nosso maior desafio passa pela proposta de mudança, fazendo com que o conhecimento seja disseminado, assegurando às empresas doadoras tenham a garantia do bom destino de seus produtos e distribuição dentro dos padrões de qualidade. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas os primeiros passos já estão sendo realizados. Artigo de Roberto Hira, Gerente de Planejamento de Vendas e Atendimento ao Cliente da Thermo King® para América Latina, formado em Engenharia de Alimentos pela Unicamp, pós-graduado em Gestão de Estratégia de Empresas pela mesma instituição e MBA em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fonte: Blog do Caminhoneiro
  • Data: 16/06/2020
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