Presidente da CNT fala dos desafios do transporte pós-pandemia
O presidente da CNT, Vander Costa, participou, na última sexta-feira (28), do webinar “Os desafios da Infraestrutura, da Indústria e do Agronegócio nos pós Covid-19”, promovido pela Frenlogi (Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura). Na ocasião, ele destacou a importância do investimento em multimodalidade de transporte, a estabilidade e segurança jurídica para atrair tanto investimento estrangeiro quanto nacional e ressaltou a importância do incentivo à concorrência no setor. Também participaram do evento Robson Andrade (CNI), João Martins (CNA), Robson Nafioletti (OCB) e o senador Wellington Fagundes, presidente da Frenlogi. A mediação ficou a cargo de Tiago Limas, vice-presidente do IBL (Instituto Brasil de Logística). Na sua fala, Vander Costa chamou atenção para a situação dramática do transporte de passageiros no Brasil em decorrência da pandemia do novo coronavírus. “Se quisermos manter alguma empresa brasileira do setor aéreo, o governo vai ter que colocar recursos nas companhias, assim como está ocorrendo em outros países. Se não tiver socorro emergencial, vai faltar transporte aéreo de passageiros e cargas nesse modal”, afirmou. Segundo o presidente, outro modal que também preocupa é o transporte de passageiros. “Os ônibus foram concebidos para andarem com a totalidade de sua capacidade, de modo a reduzir o custo da passagem e as empresas sobreviverem sem subsídio. Não imagino que, nos próximos meses, sem uma vacina para a covid19, seja possível realizar o transporte de passageiros nos moldes anteriores.” O presidente da CNT ressalta que, para terem sustentabilidade financeira, essas empresas precisam de subsídio governamental. Vander Costa celebrou a assinatura da prorrogação do contrato de concessão à Malha Paulista nesta semana, mas reforçou a necessidade de dar espaço para outros operadores ferroviários de modo a evitar o monopólio no setor e aumentar a competitividade do país. O presidente da CNT também comentou o potencial hidroviário do Brasil como uma das formas de investir na multimodalidade, destravar os investimentos e preservar a infraestrutura de transporte. O senador Wellington Fagundes disse que o cenário é preocupante e a economia global deve ter uma retração, neste ano, na casa de 3% – dez vezes mais acentuada que a crise de 2009. “Para o Brasil, o quadro, de acordo com estimativas do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário de Internacional), é ainda mais alarmante, com previsão de queda do PIB na casa dos 5%, com grande elevação do desemprego. A saída para a recuperação econômica é a retomada dos investimentos em infraestrutura de transporte, o fortalecimento da nossa indústria e a continuidade dos incentivos ao agronegócio.”
  • Data: 01/06/2020
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