PIB terá avanço de 1,6% em 2018 e alta de 2,9% em 2019, prevê Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) voltou a reduzir a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano. A projeção divulgada nesta quinta-feira, 27, pelo instituto é que a atividade econômica avance 1,6% em 2018. Para 2019, a expectativa é de crescimento de 2,9%. Há três meses, o Ipea esperava um avanço de 1,7% no PIB de 2018 e alta de 3,0% em 2019. Na divulgação realizada em março, a expectativa do Ipea para o PIB de 2018 era de expansão de 3,0%. A armadilha fiscal em que o Brasil se encontra está na origem das incertezas e dos fatores que têm freado a recuperação, diagnosticou o Ipea, na Carta de Conjuntura divulgada nesta quinta-feira, 27. “Nós estamos numa situação em que, dependendo das medidas tomadas pelo próximo eleito para presidente da República, isso pode ter um efeito benigno ou não nas contas públicas”, lembrou Marco Antonio Cavalcanti, diretor adjunto no Ipea. “O cenário fiscal é o grande problema, é a grande barreira que tem impedido que a retomada seja mais forte, como a gente esperaria depois de um período de crise. Seria de se esperar que houvesse retomada mais intensa”, disse José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea. “O longo período de déficit primário é um grande problema em termos de expectativas”, completou. Os pesquisadores do órgão ressaltam também que a retomada da atividade econômica que já vinha mais lenta do que o esperado no início do ano foi agravada no segundo trimestre por conta da greve de caminhoneiros, que resultou em bloqueio de estradas por todo o País ao longo de 11 dias ao fim de maio. “Contudo, os indicadores já disponíveis para o terceiro trimestre sugerem que a paralisação teve efeitos apenas transitórios sobre a economia, que parece já estar retornando à trajetória anterior de retomada”, avaliaram os autores da Visão Geral de Conjuntura, Souza Júnior, Paulo Mansur Levy e Cavalcanti. O Ipea espera um avanço de 1,1% no PIB do terceiro trimestre de 2018 em relação ao segundo trimestre deste ano. Em relação ao terceiro trimestre de 2017, a expectativa é de alta de 1,8%. “Os dados recentes respaldam uma atividade em retomada”, afirmou Souza Júnior. “As incertezas eleitorais não vão minar recuperação. Qualquer governo que seja eleito acredito que vá anunciar medidas que vão tranquilizar o mercado”, esclareceu Cavalcanti sobre o cenário considerado para as previsões, lembrando que a saúde das contas públicas não pode prescindir da reforma da Previdência além de outras reformas institucionais, embora ainda não seja possível afirmar quando haverá aprovação no Congresso. O instituto divulgou também projeções para o PIB industrial, com elevação de 1,8% em 2018 e alta de 2,8% em 2019. O PIB de serviços deve subir 1,6% em 2018 e aumentar 2,9% em 2019. Por outro lado, a projeção espera recuo de 0,5% no PIB da agropecuária em 2018, seguido por alta de 3,6% em 2019. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias avançaria 2,0% em 2018 e aumentaria 3,0% em 2019. Já o consumo do governo teria recuo de 0,2% em 2018, seguido por alta de 0,5% no ano seguinte. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medidas dos investimentos no PIB) terá avanço de 3,3% em 2018 e alta de 4,6% no ano que vem. As exportações devem crescer 4,2% este ano e aumentar 6,0% em 2019. Já as importações devem subir 8,5% este ano e ter expansão de 6,8% em 2019. O Ipea divulgou ainda previsões para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com avanço de 4,20% em 2018 e alta também de 4,20% em 2019. A taxa básica de juros, a Selic, ficará em 6,50% ao fim deste ano, subindo a 8,00% ao término do ano que vem. A projeção para a taxa de câmbio é de R$ 4,00 ao fim de 2018 e de R$ 3,80 ao fim de 2019. Fonte: Diário Indústria & Comércio
  • Data: 01/10/2018
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